quarta-feira, abril 09, 2014

Another break in the wall...

Fotos de paisagem humanizada. / Humanized landscape photos.

Domingo, foi um dia duro...
Morreu alguém que eu pouco conhecia, confesso... talvez porque andasse meio distraída, com a minha vida...
Mas era alguém, que eu fui aprendendo a conhecer, e a admirar, ao longo dos últimos meses, através das suas conversas francas, no programa "Vinte e oito minutos e sete segundos de vida".

Admirei a sua franqueza, a sua abertura, a sua total falta de auto-piedade, a sua coragem em chamar as coisas pelos nomes, e a sua força inabalável, ao lutar contra uma doença,  da qual nunca ninguém gosta, sequer, de pronunciar o nome...
Também nunca entendi porquê... é uma palavra tão banal como qualquer outra...
Como... nascer, morrer, viver, sofrer, sorrir, amar, sobreviver, acreditar, desiludir...
Tão banal como qualquer outra...
Fiz dessa pessoa, o meu mais recente herói, de uma luta desigual, da qual muito poucos saem vencedores... infelizmente.
Reconheci nele, a força sem limites do meu pai, até ao seu último segundo, e revi nos seus olhos, de um azul profundo, os olhos da minha melhor amiga...

Nenhum deles ganhou a batalha, contra essa doença.
Mas de todos eles fica o exemplo da sua luta, coragem, e da lição, que cada um deles, me transmitiu, a de que:
Cada segundo conta.

Hoje deixo por aqui, uma foto sugestiva... e uma das mais brilhantes frases, que ouvi recentemente, da pessoa de quem vos falo hoje...
Porque há luzes que nunca se extinguem... e porque Luz... também era o nome da minha melhor amiga...
Foto de Ana Freire.
"Posso morrer de cancro, mas ele nunca me matará." (MANUEL FORJAZ, 1963 - 2014)
Deixo por aqui uma foto sugestiva... e um dos mais brilhantes pensamentos, que ouvi recentemente, da pessoa de quem vos falo hoje... / I leave here, a suggestive image... and one of the most brilliant thoughts I heard recently, of the person of whom I speak, to you today...
Mais uma quebra na parede... / Another break in the wall...

"I can die from cancer, but it will never kill me." (MANUEL FORJAZ, 1963 - 2014)
Sunday, was a tough day...
Someone I hardly knew, I confess, died...
But he was someone, that I was learning to know and admire over the last few months, through his frank talks, during the program "Twenty eight minutes and seven seconds of life."


7 comentários:

  1. Morrer... Todos nós sabemos que vamos morrer um dia. Mas todos nós pensamos que será de uma forma calma e de preferência até durante o sono. Num dia vamos dormir e já não acordamos.

    Mas depois existem aqueles que passam por esta doença terrível. Uma doença em que morremos um bocadinho todos os dias e as próprias pessoas que estão à nossa volta, também vão morrendo um bocadinho.

    Da fotografia, perante este assunto tão sério, quase que nem vale a pena falar. Mas digo que ela ficou muito bem. Com as cores a ganharem destaque por tão vibrantes que estão.

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    1. Obrigada, Remus!
      Acho que foi da única forma que consegui retratar, esta doença, que embora represente um caminho sem volta para a grande maioria dos que dela sofrem, felizmente, não é um caminho sem retorno para muitos, havendo que manter a esperança, até ao fim... Daí a inclusão de um verde bem vibrante...
      Um abraço
      Ana

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  2. É um vazio que fica dentro de nós, um buraco que dificilmente será preenchido por pessoas que nos marcaram.
    Ficam as palavras, o exemplo de vida, a capacidade de luta e um exemplo a seguir.
    Tudo nesta vida é efémero, mas há aqueles momentos que nunca morrem dentro de nós.

    Beijos Ana

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    1. Como já alguém disse... para grandes guerreiros, grandes batalhas...
      Gosto de pensar que estiveram cá, por empréstimo, e que simplesmente estão a ser mais necessários... em qualquer outro lado...
      Obrigada, Manu!
      Beijos
      Ana

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  3. Falar nessa certeza da vida ,que quando vem assusta e nos inquieta que é a morte ainda é difícil para todos nós.
    E sabemos que com o passar do tempo vamos perdendo os amigos, os mais de perto e que precisamos aprender a conviver com essa dor de vê-los 'ir embora' .
    Como o Remus disse bom seria se a partida fosse um dormir e não acordar , sem as doenças que tanto maltrata ,
    Fique bem Ana e na falta de palavras que possam confortar ,mando abraços
    A foto é bem forte mas vejo ali secretos caminhos que podem ser a luz em momentos sombrios.
    beijo

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    1. Obrigada, Lis!
      Acho que foi a melhor forma que consegui demonstrar, com esta foto, dos efeitos que todo este processo, sempre causa nos próprios, e em quem os acompanha...
      No entanto, a esperança é sempre algo que está presente até ao fim... tinha que a incluir na foto... de alguma forma.
      O bom de todo este processo, para os que cá ficam... é que a vida passa a ser vista com outros olhos. As prioridades mudam...
      O que era importante deixa de o ser... e as coisas mais insignificantes, que antes passavam despercebidas, ganham lugar de destaque... porque são sempre as que mais nos preenchem, e as que dão mais sentido a tudo... sem que o tivéssemos percebido antes...
      Há sempre um lado bom... até mesmo em tudo o que é muito mau...
      E no fim disto tudo, aprendemos a distinguir o que é importante... do que não tem importância nenhuma. Já vale... só por isso!
      Beijos
      Ana

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  4. Obrigada, Jéff!
    Foi uma pessoa que esteve mais presente nos meios de comunicação, aqui em Portugal, nos últimos meses... e que me fez mexer com certas recordações pessoais...
    Bjs
    Ana

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