quarta-feira, dezembro 11, 2013

O poder das palavras / The power of words

Fotos de céu. / Sky photos.

As palavras podem ter um poder infinito...
Podem derrotar-nos, e levar-nos ao mais fundo dos abismos... ou podem inspirar-nos, elevando-nos até às alturas, de onde podemos ver tudo à nossa volta, com mais clareza.
 
Enquanto cumpria pena, em Robben Island, Nelson Mandela, símbolo da luta contra o Apartheid, na África do Sul, encontrou nas palavras do poema que transcrevo, mais abaixo, a coragem, a força e a resiliência, para prosseguir a luta pelos seus ideais.
 
Nelson Mandela, foi uma pessoa boa e corajosa.
Foi o homem que mostrou que o mundo não pode ser visto, apenas, a preto e branco, e que todas as cores podem conviver, lado a lado.
Foi o homem que, sempre de sorriso aberto, nos mostrou que o poder do perdão, tem um alcance universal.
 
O céu ganhou mais uma estrela brilhante...
O mundo perdeu um grande homem...
 
Aqui fica uma tradução livre, de minha própria autoria, do poema "Invictus".
Tanto quanto possível, tentei respeitar o sentido original do texto, e por não ter encontrado nenhuma tradução, exclusivamente para a língua  portuguesa, com rimas, atrevi-me a fazer esta humilde tentativa, pois também eu achei o texto original lindíssimo e comovente.
Espero que gostem.
A versão original deste poema, encontra-se mais abaixo, neste post.
Foto e tradução do poema, para a língua portuguesa, de Ana Freire.
 
Invictus

Debaixo da noite que me cobre, sem colo,
Negra como um poço de pólo a pólo,
Agradeço aos deuses que possam existir,
Pela minha alma indomável, resistir.

Sob as cruéis garras das circunstâncias,
Jamais tremi, ou desesperei, em ânsias.
Perante os duros golpes da vida,
A minha cabeça sangra, mas permanece erguida.

Para além deste lugar de ira e pranto,
Pairam os horrores das sombras que surgem do negro.
E até a ameaça dos anos, com o seu desencanto,
Encontrar-me-á, agora e sempre, sem medo.

Não importa o quão estreito seja o portão,
Nem o quão carregada de castigos, a minha sentença,
Bem gravada em pergaminho, de cor alva.
Eu sou o mestre do meu destino.
Eu sou o capitão da minha alma.

(Tradução livre, apenas para versão em língua portuguesa, com rimas, de Ana Freire, do poema "Invictus", da autoria do poeta britânico WILLIAM ERNEST HENLEY, 1849-1903)
 
As palavras podem ter um poder infinito... / Words can have an endless power...
As palavras podem elevar-nos até às alturas... / Words can raising us to the heights...

Invictus

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place or wrath and tears
Looms but the horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

(WILLIAM ERNEST HENLEY, in "Invictus", 1875)

Words can have an endless power...
Words can defeat us and take us to the deeper abysses... or they can inspire us, by raising us to the heights, from where we can see all around us, more clearly.
 
While was serving his sentence on Robben Island, Nelson Mandela, symbol of the struggle against Apartheid in South Africa, found, on the words from the poem above, the courage, the strength and the resilience to continue to fight for his ideals.
 
Nelson Mandela, was a good and courageous man.
He was the man who showed that the world can not be seen, just in black and white, and that all the colors can live side by side.
He was the man who, always with an open smile, showed us that the power of forgiveness has an universal reach.
 
Heaven has won another bright star...
The world lost a great man...
Photo and portuguese translation of the poem, by Ana Freire.

2 comentários:

  1. Lindíssimo poema e tradução. Uma consciência bem formada será sempre um bom mestre e guia!

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    Respostas
    1. Não haverá melhor bússola, do que uma consciência bem formada...
      Que bom, constatar que apreciou esta nossa publicação, Fá!
      Um beijinho grande!
      Ana

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